Segundo informações obtidas por um agente de polícia da 4ª delegacia de Polícia do bairro de Mãe Luiza, cuja identidade foi preservada, gangues da região, que antes eram rivais, fizeram um pacto para matar policiais. A ordem para a união criminosa teria partido, de acordo com o policial, de um presidiário detido na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal.
O agente identificou o detento que estaria coordenando o acordo entre as gangues rivais apenas pelo nome de "Itamar". Esse, apesar de detido há pouco mais de um ano, continua comandando o tráfico de drogas em Mãe Luiza de dentro da penitenciária. "Ele era parceiro de Leo Cobracan, que foi morto o ano passado. Agora ele assumiu os negócios do amigo". O policial diz que a ordem foi dada pelo presidiário na semana passada. "Tudo isso foi repassado por um informante meu, em quem tenho 100% de confiança".
Quem recebeu o mandado para reunir as gangues de Mãe Luiza, segundo o agente da 4ª DP, foi um criminoso conhecido como "Vanvan". Ainda na semana passada, sem saber especificar o dia, houve uma reunião entre os bandidos locais. "Primeiro eles se juntaram para jogar bola na Praia do Meio, apenas como despiste. Lá começaram a combinar as coisas. Em seguida, teriam reunido-se em uma igreja, não sei se católica ou evangélica, onde voltaram a acertar o acordo".
O policial diz que o acertado entre as gangues é de atirar contra as viaturas da polícia, principalmente as coordenadas pelo chefe de investigação da 4ª DP e a comandada pelo soldado Geraldo, quando essas entrarem nos locais de venda de drogas. Para o agente, chama atenção o fato de gangues cuja a rivalidade gerou várias vítimas fatais nos últimos dez anos, agora uniram-se para combater a polícia. "Os conflitos sempre aconteciam entre o pessoal da Rua Camaragibe com o da Saquarema, por exemplo, ou os bandidos da Rua São Paulo não se batiam com o pessoal da Bacia, entre outras rixas que existiam. Agora estão todos unidos".
O agente alega que o acordo entre os criminosos deu-se após uma sequência de ações da polícia contra o tráfico no bairro. "Somente este ano fechamos 15 bocas de fumo e apreendemos quase 15kg de drogas. Isso tem incomodado os traficantes, pois eles recebem dos fornecedores e têm de pagar de volta pela mercadoria. No entanto, a medida que apreendemos, eles deixam de vender e faturar. Aí ficam sem ter como pagar".
Fonte: Diário de Natal
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