Para contar esta história, os estudantes de Comunicação Social da UFRN realizaram o curta-metragem "Covinhas - Uma História de Fé"
RODOLFO FERNANDES - A trajetória de fé do povo nordestino é repleta de histórias de milagres atribuídos a pessoas que sofreram muito ou que dedicaram suas vidas a fazer o bem. São padres, crianças, mulheres e heróis cotidianos santificados pelo povo, mesmo que não sejam ainda aceitos pela Igreja Católica. Uma dessas histórias é a das Meninas das Covinhas, em Rodolfo Fernandes, no alto oeste potiguar. As crianças retirantes que morreram de fome e sede na seca de 1877 são hoje alvo de devoção de muitos romeiros da região, que fazem suas preces e depositam seus ex-votos na capela erguida por um ilustre devoto em homenagem às meninas santas.
Para contar essa história, os estudantes de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, Túlio Dantas, Catarina Doolan e Lorena Gurgel, realizaram o curta-metragem "Covinhas - Uma História de Fé", como trabalho de conclusão de curso. Os videomakers resolveram compartilhar com o público o trabalho acadêmico que foi exibido na sala 1 do Moviecom (Praia Shopping) em Natal.
Narrada em forma de documentário, a história das meninas traz depoimentos sobre curas milagrosas atribuídas a elas. "Meninas das Covinhas é uma daquelas fantásticas histórias reais, e nós nos sentimos no dever de repassar uma narrativa tão bonita e rica culturalmente ao Estado, ao Brasil e até ao mundo", explica Catarina Doolan. O documentário foi gravado com qualidade HD, totalmente digital. O curta-metragem conta com o apoio da Prima Produções, Tela Viva, MDCam, Profilmes, Neomidia Representações e Moviecom.
As meninas eram filhas pequenas de um retirante que veio do Ceará em busca de um lugar melhor para a família. Desesperado com a fome e a sede das filhas, deixou-as debaixo de uma árvore para ir sozinho procurar alimento. Quando voltou, uma das meninas estava morta e a outra morria ali, nos braços do pai. Reza a lenda que elas foram enterradas onde hoje é a propriedade de Raimundo Honório Cavalcante Oliveira, conhecido como Bento Honório. Foi este fazendeiro e comerciante que encontrou em sua fazenda as covas nas quais as meninas foram enterradas, daí deriva o nome Meninas das Covinhas.
A história das Meninas das Covinhas se confunde com a de Bento Honório. Foi ele o responsável pela disseminação da fé nas meninas. Segundo conta, seu Bento teve uma doença grave e sem explicação médica. Ao lembrar da história das meninas santas contada por sua avó, decidiu se valer nas meninas para ser curado. Ao ter sua graça atendida, ele paga a promessa de construir uma igreja para elas. Até hoje, seu Bento Honório vive para cuidar da igreja feita em homenagem às Meninas. Ele também realiza todos os anos no dia 12 de outubro (data escolhida por ser dedicada às crianças) uma grande festa em homenagem às meninas, que atrai romeiros de várias cidades do RN.
Muitos rodolfenses veem nas Covinhas um lugar sagrado. No interior da Capela, os ex-votos e pertences pessoais são deixados por pessoas que conseguiram receber uma graça. Lá estão guardados pernas de madeiras, braços, mãos, cabeças, fotografias e orações de algumas pessoas que ficaram boas de alguma enfermidade. (Tribuna On-line).
fonte:jornal o vale de Apodi
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