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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Polícia revela prisão de novo mandante



FOTO: ALEXANDRE COSTA
FOTOS:  ALEXANDRE COSTA
O comerciante Lailson Lopes, o "Gordo da Rodoviária", suspeito de ter mandado matar F. Gomes.

Andrey Ricardo
Da Redação

Passados dois meses e alguns dias após o anúncio do fim das investigações sobre a morte do radialista Francisco Gomes de Medeiros, "F. Gomes", a Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) anuncia a prisão de mais um suspeito, esse apontado como mandante do assassinato. Porém, há dois meses uma outra pessoa já havia sido indiciada como mandante e mentor do assassinato. A polícia confirma a nova prisão, mas não detalha como chegou a esse suspeito.
O comerciante Lailson Lopes, que é conhecido como "Gordo da Rodoviária" e atua em Caicó como revendedor de telefones celulares, foi preso no fim da manhã de ontem por força de um mandado de prisão preventiva. Em entrevista ao radialista Sidney Silva, amigo e ex-companheiro de trabalho de F. Gomes, o delegado Márcio Delgado, da Deicor, disse ter indícios suficientes que comprovam a participação de Lailson na morte do radialista, porém não quis detalhar como chegou a essa conclusão e também não falou sobre os outros envolvidos - dois estão presos e o terceiro foragido.
O delegado disse na entrevista ao radialista seridoense que não iria detalhar o andamento das investigações e deixou transparecer que outras pessoas podem ser presas no decorrer dos próximos trabalhos. Até dois meses atrás, a Deicor afirmou categoricamente que concluiu a investigação e que o crime teria sido cometido por três pessoas: o atirador João Francisco dos Santos, "Dão", preso um dia após o assassinato do radialista; o traficante Valdir Souza do Nascimento, que é de Caicó e está preso em Alcaçuz, de onde supostamente partiu a ordem; e um terceiro, não identificado.
Lailson foi preso em seu estabelecimento, que fica em Caicó, e prestou depoimento ainda ontem ao delegado Márcio Delgado, que assumiu a investigação do crime recentemente, após seu colega, Ronaldo Gomes de Moraes, antigo diretor da Deicor, ter sido designado para o cargo de delegado-geral da Polícia Civil. No depoimento, o suposto mandante negou qualquer envolvimento com o crime. "Nós temos mais do que indícios da participação de Lailson na morte de F Gomes", disse Delgado, que pretendia transferir Lailson ainda ontem para a Cadeia Pública de Caraúbas.
Com essa nova prisão, o caso fica ainda mais curioso. A polícia não confirma se Lailson seria a terceira pessoa, já indiciada na investigação feita pelo delegado Ronaldo Gomes, ou se seu nome surgiu no decorrer das novas diligências. A investigação havia sido concluída, mas o promotor da cidade, Geraldo Rufino, solicitou novos procedimentos alegando falta de provas contra os suspeitos. "O doutor Ronaldo Gomes abriu um leque na investigação para que nós chegássemos a essa pessoa que agora está presa, e outras pessoas poderão aparecer no curso da investigação", explica o delegado Lenivaldo.
Motivo é desconhecido
A morte do comunicador F. Gomes estava sendo justificada, até ontem, como um atentado à imprensa, já que Valdir Souza do Nascimento, traficante de Caicó, seria o mandante.
Até então, acreditava-se que F. Gomes teria sido assassinado porque vinha divulgando, sucessivamente, conteúdo voltado contra o tráfico de entorpecentes em Caicó. Em uma das postagens no seu blog (era atualizado diariamente com notícias do Seridó, independente do programa que ele tinha no rádio), o comunicador cobrou a volta da Polícia Federal, que havia se instalado na cidade há alguns anos, mas foi embora.
Agora, com o nome de um novo mandante, a polícia não explicou os motivos que teriam levado Lailson Lopes a mandar matar o radialista. Informações extraoficiais apontam que o suspeito moveu uma ação contra a rádio que F. Gomes trabalhava, quando a mesma noticiou sua prisão há alguns anos.
A reportagem tentou ontem manter contato com o delegado Márcio Delgado, mas seu celular estava desligado. Por enquanto, a política da polícia é manter silêncio sobre o caso, que a cada novo "capítulo", acrescenta situações curiosas.

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